quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A expansão que temos e a expansão que queremos

PARA A REITORIA, AUMENTAR VAGAS É SÓ POR MAIS CADEIRAS NUMA SALA.

DEFENDEMOS UMA EXPANSÃO DE QUALIDADE, POR ISSO SOMOS CONTRA O REUNI

Sabe aquelas matérias que começam faltando um mês para o fim do semestre por falta de professor? Sabe aquela briga desesperada para pegar o único exemplar do livro na biblioteca? E aquelas salas com 50, 60 e até 80 pessoas? Pois é, todo mundo já deve ter se deparado com ao menos uma dessas situações.

A UFS, assim como todas as universidades públicas brasileiras, está se expandindo. A cada ano,
novos cursos são criados, mais vagas são ofertadas. O que, aparentemente é algo muito bom, esconde uma terrível armadilha. A chapa DA LUTA NÃO ME RETIRO, bem como amplos setores dos movimentos sociais, defende que a universidade se expanda e se abra para os setores mais explorados da sociedade. Justamente por isso, vemos sérios problemas no modelo de expansão impulsionado pelo Governo Lula através do Programa e Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Públicas Federais (REUNI).

Ao contrário do que é propagandeado, o REUNI não dá oportunidade para os filhos e filhas dos trabalhadores terem acesso a uma educação de qualidade. Na prática, a alegria calouro trabalhador acaba quando ele percebe que não há condições para continuar estudando, ao perceber que a universidade não foi pensada para ele. Faltam livros, alimentação, professores etc. O REUNI apresenta como metas o aumento da relação professor-aluno para 1/18 e a elevação da taxa de conclusão dos cursos para 90%. Nesse sentido, uma de suas diretrizes é o aumento do números de vagas ofertadas.

No cotidiano da UFS...

A UFS aderiu ao REUNI em 2007 de forma truculenta e autoritária. A expansão já havia começado um pouco antes. Mas o número de professores contratados, por exemplo, não acompanhou o crescimento das vagas.

Em 2005, a UFS necessitava de 583 docentes, mas só tinha preenchido 461, mantendo uma relação professor/aluno 24,5/1. Com a expansão, este quadro só piora já que este ano (2009) o número de docentes está em 673, porém a relação professor/aluno aumentou para 27/1. Portanto embora tenha ocorrido concursos para professores, está aquém do necessário admitido no próprio plano de expansão da UFS que previa o aumento até 2008 dos 461 professores para 1.358, entretanto até 2012 o Reuni só prevê a contração de mais 291 novos postos. Ficando aquém do que era previsto na UFS antes do Reuni. Por isso já corre em vários departamentos projetos de reestruturação que aumentam a carga horária dos professores para suprir a falta destes.

Segundo a reitoria, o REUNI destinará cerca de 55,8 milhões de investimentos em infra-estrutura até 2012. Deste montante, 35,6 milhões para a edificações e 20,2 milhões a equipamentos. Porém o ministro da Educação já anunciou o fim das verbas do REUNI. Se essa proposta de orçamento já não era suficiente, a situação só tende a piorar. É importante colocar também que o plano de adesão da UFS ao REUNI não contempla a assistência estudantil. É muito vago em suas proposições e não determina nenhum valor específico para isso.

Por uma expansão de qualidade

Defendemos uma universidade que atenda os interesses do povo, e não o lucro dos empresários. Uma universidade independente e autônoma. Para isso é preciso garantir um financiamento digno. Isso significa exigir 10% do PIB nacional para a educação; o fim imediato da Desvinculação da Receita da União (DRU), mecanismo que permite ao governo retirar verbas da educação para pagar a dívida externa. Para defender uma expansão de qualidade, que garanta professores, livros, comida, etc. é preciso revogar o REUNI.

Um comentário:

  1. Só uma questão de dados: as estatísticas da UFS dão conta de que há 930, e não 673 professores efetivos. Qual a fonte deste dado, para que seja mais fácil validá-lo?

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